domingo, 8 de junho de 2014

Viajar pra quê?


Embora nunca tenham dito na minha cara, sei que tem gente que pensa que os viajantes querem fugir dos problemas...

Quem AMA viajar sabe que não é bem assim. Os problemas não desaparecem quando se está viajando. Aliás, se estiver sozinho, a tendência é que, em algum momento, no saguão do aeroporto, no quarto à noite, tomando um banho - as angústias, medos e dúvidas vão aparecer para te assombrar. Seguindo essa linha, viajar pode funcionar como um reencontro consigo mesmo e não uma fuga.

Eu, particularmente, uso todos os momentos de solidão com as angústias e dúvidas para tentar me entender um pouco mais e, talvez, tentar solucionar algumas questões.

Outra coisa interessante que acontece quando se viaja são as inevitáveis comparações com o próprio povo/cultura (ou até com sua cidade ou Estado) e a conclusão é sempre haverá a diferença! A simplicidade nos fará pensar sobre as necessidades reais e aquelas que criamos. A pobreza talvez no faça agradecer pelo que conquistamos (e perceber que, com todos os seus defeitos, o Brasil ainda é muito bom), a riqueza pode mostrar tanto a futilidade, quanto a cultura e a arrogância. Tudo é novo, tudo é ensinamento.

Provavelmente vai surgir aquele incômodo gerado pela diferença, aquele que tentamos negar, porque temos a cabeça aberta para ver a miséria e se abalar no nível certo. Aceitar a diferença não significa gostar dela. A nossa cabeça pode não ser tão aberta quanto imaginamos. Ainda há muito o que aprender, muito a melhorar, tanto em nível pessoal, quanto mundial. 

O fato é que as viagens são um pouco como a vida de forma acelerada: guardam boas e más surpresas, pessoas que gostamos e que não gostamos. Lugares que adoramos e aqueles para os quais não voltaríamos, sorrisos, gargalhadas, lágrimas, tristeza...

Escolher o destino não é definir o que vai acontecer na viagem, é apenas dar o primeiro passo! Vamos?

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